sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

FEUDALISMO

A Europa Medieval formou-se por meio de um longo processo que combinou elementos de origem romana, com outros de origem germânica e um outro ainda, que contribuiu para unir romanos e germanos.
Dos romanos a Europa medieval herdou o colonato (relação de trabalho em que o camponês usava um pedaço de terra do proprietário para seu sustento e, em troca, dava a ele uma parte da colheita). Dos germanos herdou o comitatus (grupo de guerreiros unidos a um chefe militar, a quem deviam servir e honrar), e houve ainda um terceiro elemento, igualmente importante, o cristianismo, que possibilitou a ligação entre romanos e germanos e deu unidade àquele mundo.
Na Europa medieval se desenvolveu um modo de organização da política, da sociedade e da economia conhecido como feudalismo.
Vimos que Carlos Magno distribuiu grandes terras e cargos a nobre (condes, duques, marqueses) em troca de fidelidade e dependência pessoal (relação de vassalagem). Com a morte de Carlos Magno, esses vassalos do rei e seus descendentes passaram a fazer o mesmo; isto é, a doar um feudo a outro homem em troca de fidelidade e dependência pessoal. A palavra feudo deriva do germânico vieh e significa “bem de importância”.
O feudo era, muitas vezes, uma grande extensão de terra, mas podia ser também um direito de cobrar impostos ou um cargo.

Relação de suserania e vassalagem

Aquele que doava um feudo era chamado suserano ou senhor, e o que recebia era denominado vassalo. Dessa forma, por exemplo, se um duque doava um feudo a um conde tornava-se suserano do conde e, este, seu vassalo. Se o conde, por sua vez, doava parte do feudo recebido a um barão, este passava a ser seu vassalo. O conde, portanto, era, ao mesmo tempo, vassalo do duque e suserano do barão. Como muitas vezes o feudo era uma terra, aos poucos, o território da Europa Ocidental foi se fragmentando. Com isso, os nobres se fortaleceram, os reis carolíngios foram perdendo poder e o feudalismo se consolidou.
A doação do feudo se dava por meio de um juramento de fidelidade, ocorrido em uma cerimônia chamada homenagem na qual suserano e vassalo se comprometiam um com o outro.
A partir do juramento de fidelidade, suserano e vassalo passavam a ter também obrigações um com o outro, seja prestando auxílio militar ou material, seja comparecendo a um tribunal como testemunha de defesa. Na Europa medieval, cada senhor era autoridade máxima em seu domínio: era ele que julgava as pessoas, aplicava as penas, cobrava impostos, cunhava sua própria moeda, entre outros.

A sociedade feudal

No ano 1.000 (século X), a sociedade da Europa Ocidental era formada basicamente por três ordens, estamentos ou grupos sociais: os clérigos (os que oram), os nobres (os que guerreiam) e os trabalhadores que, com seu serviço, sustentam a todos. O que determinava o status social era o nascimento. A sociedade feudal da Europa Medieval apresentava pouca ascensão social e quase não existia mobilidade social, ou seja, a mudança de uma camada social para outra raramente acontecia.

O Clero
O clero era formado pelo papa, bispos, abades, monges e párocos. Esses religiosos com exceção dos párocos, tinham geralmente origem nobre e muitos deles possuíam grandes extensões de terras trabalhadas por centenas e até milhares de camponeses. No século X, a Igreja era dona de um terço das terras cultiváveis da Europa Ocidental cristã, sendo, portanto, a maior proprietária de terras da região.
Como os membros do clero não podiam se casar, não deixavam herdeiros, de modo que seu patrimônio não era dividido. Isto ajudava a explicar por que a Igreja acumulou riqueza a ponto de ser a instituição mais rica do Ocidente medieval.
O clero era formado por dois grupos: o clero secular e o clero regular. O primeiro vivia em contato com os fiéis, ensinava o Evangelho e cuidava dos bens da Igreja. Na base da hierarquia do clero secular estava o pároco; no topo estava o papa. Os integrantes do clero regular viviam em mosteiros, isolados do mundo, e seguiam uma vida regrada pela oração e pela penitência. Eram os monges, que também se dedicavam a copiar e estudar obras da Antiguidade pagã e cristã.

A Nobreza
Como vimos, os nobres (reis, duques, marqueses, condes, viscondes, barões) se ligavam uns aos outros por laços de dependência e fidelidade. A principal atividade da nobreza era a guerra. E como os nobres tinham o monopólio das armas, ofereciam proteção e, em troca, exigiam ser sustentados pelos camponeses.
O trabalho manual era visto pelos nobres como uma atividade indigna. As principais ocupações da nobreza eram a guerra, as caçadas e os torneios, por meio dos quais esperavam obter ganhos: o vencedor ficava com o cavalo e as armas do vencido e, se conseguisse fazê-lo prisioneiro, exigia um resgate para libertá-lo.

Os trabalhadores  
O trabalho na sociedade medieval europeia era realizado por servos, vilões e escravos. Os servos da gleba (terra) eram assim chamados por encontrarem-se presos à terra, isto é, por não terem liberdade para deixar o feudo em que viviam e trabalhavam. Os servos realizavam as mais diferentes tarefas, como arar, semear, colher, erguer moradias, realizar consertos, etc.
Os vilões eram camponeses livres que cultivavam pequenos lotes de terra de sua propriedade. Como os atos de violência e as guerras eram comuns na época, muitos vilões foram reduzidos a servos, entregando a um senhor seu lote de terra em troca de proteção.
Havia ainda os escravizados, trabalhadores que podiam ser vendidos ou doados e faziam, geralmente, serviços domésticos nas habitações de seus senhores. Os servos e os vilões trabalhavam de sol a sol. Apesar disso, eram muito pobres, pois a maior parte das riquezas que produziam acabava nos celeiros ou na mesa de seus senhores.

A economia

A economia feudal baseava-se na agricultura (trigo, cevada, feijão, ervilha, uva) e no pastoreio (bois, porcos, cavalos, carneiros e cabras). No feudalismo, a unidade de produção era o senhorio (é uma terra que dá a seu detentor o direito de cobrar tributos; já o feudo pode ser uma terra, um cargo ou um direito de cobrar tributos. A unidade de produção no feudalismo é o senhorio). 
As terras do senhorio estavam divididas em três grandes áreas: O manso senhorial (terras onde tudo o que se produzia era do senhor), o manso servil (terras que os camponeses usavam para sobreviver e cumprir as obrigações para com o senhor) e as terras comunais (florestas e pastagens) usadas por todos os habitantes do feudo.
Em troca do direito de usar a terra para seu sustento e da proteção senhorial, os servos tinham uma série de obrigações para com o senhor. As principais obrigações dos servos eram:
Corveia: obrigação de trabalhar de graça para o senhor dois ou três dias por semana. Além de cuidar das plantações do senhor, o servo devia construir ou consertar caminhos, reparar pontes, cortar e carregar madeira, etc.; tudo o que o servo produzia nesses dias era para o senhor.
Talha: obrigação de dar para o senhor cerca de 30% ou 40% do que produzia no manso servil, lote reservado ao seu próprio uso;
Banalidade: pagamento em produtos que os servos deviam ao senhor pelo uso do forno, do moinho e das prensas.
Além dessas e outra obrigações menores, o servo tinha ainda de pagar o dízimo (10%) da sua produção à Igreja.
O senhorio produzia quase tudo de que os seus habitantes necessitavam: alimentos, roupas, ferramentas, tecidos etc. vinham de foram apenas alguns produtos como o sal, que é essencial à vida, e o ferro, para a fabricação de armas e utensílios. Por isso se diz que a economia era quase autossuficiente. Na Europa medieval, o artesanato e o comércio continuaram sendo praticados. O comércio, porém, era restrito. Trocava-se, geralmente, um produto por outro, e a moeda era cunhada no próprio feudo.
As principais características do feudalismo são:
a) relações baseadas na dependência e na fidelidade;
b) poder político descentralizado (dividido entre diversos senhores, e não concentrado no rei);
c) predomínio do cristianismo;
d) produção econômica voltada para a subsistência.

Responda
1) Sobre a formação do feudalismo dê o significado dos seguintes termos:
a) Feudo
b) Suserano e Vassalo
2) Após a morte do rei Carlos Magno, o que ocorre com os feudos distribuídos por ele?
3) Explique como ocorria a relação de suserania e vassalagem.
4) Sobre a sociedade feudal, responda:
a) De que forma se dividia a sociedade feudal?
b) Fale sobre o clero.
c) Quem eram os nobres?
d) Como se dividiam os trabalhadores?
5) Sobre a economia feudal responda:
a) Em quais atividades de baseava a economia feudal?
b) O que era o senhorio?
c) Explique o significado de manso servil.
d) O que eram as terras comunais?
6) Em troca do direito de usar a terra para seu sustento e da proteção senhorial, os servos tinham uma série de obrigações para com o senhor. Defina as principais obrigações dos servos:
a) Corveia
b) Talha
c) banalidade
d) Dízimo
7) Segundo a vários estudos sobre o período medieval, sabemos que o senhorio era praticamente autossuficiente. Explique essa afirmação.
8) Como era realizado o comércio na Europa Medieval?

9. Sobre a origem do Feudalismo, é correto afirmar:

A - Ele teve início ainda no Império Romano, durante o governo do imperador Nero.
B - Ele começou no século XV, com o início das conquistas marítimas de Portugal e Espanha.
C - Ele teve início na África durante o século V e espalhou-se pela Ásia e Europa no século VI.
D - Ele começou a se formar na Europa no século V, com a invasão do Império Romano pelos povos germânicos.

10. Qual das alternativas abaixo apresenta características importantes do feudalismo?

A - Prevalência do trabalho assalariado; poder centralizado nas mãos do monarca; uso de moedas em todos os feudos.
B - Economia baseada na produção de mercadorias industrializadas; sistema de eleições para a escolha dos governantes; prevalência do trabalho servil (dos servos).
C - Poder descentralizado (nas mãos dos senhores feudais); feudo como principal unidade política, administrativa e econômica; prevalência do trabalho servil; agricultura como base da economia.
D - Economia dinâmica com muito contato comercial entre os feudos; poder nas mãos dos cavaleiros medievais, divisão de terras igualitárias para todos do feudo.

11 Sobre a sociedade feudal é correto afirmar que:

A - Ela era justa, pois todos possuíam os mesmo direitos e deveres.
B - Ela era dinâmica, pois era muito fácil uma pessoa passar de uma camada para outra superior.
C - A maior parte da sociedade era composta por nobres (reis, senhores feudais, cavaleiros).
D - Ela era hierarquizada e com pouca mobilidade social. Havia os que trabalhavam (servos camponeses), os que oravam (clero) e os que guerreavam (nobreza).

12. Qual das alternativas abaixo apresenta importantes características da economia feudal?

A - A base era a agricultura e as relações comerciais ocorriam, principalmente, através do sistema de trocas.
B - A base era o artesanato e as relações comerciais ocorriam, principalmente, através do sistema monetário (uso de moedas).
C - A economia era controlada pelos servos, que detinham quase toda a riqueza da Europa na época feudal.

D - A terra tinha pouco valor, pois o comércio era a base da economia feudal.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Link da série Grandes civilizações - Império Carolíngio

Segue o link da série Grandes Civilizações - Império Carolíngio, disponível no youtube.

A FORMAÇÃO DA EUROPA MEDIEVAL

A Europa medieval

A partir do século III, o Império Romano viveu uma crise econômica prolongada: as pessoas não encontravam trabalho na cidade e tinham dificuldade de sobreviver devido à inflação (alta generalizada dos preços). Além disso ocorreu também um aumento da insegurança nas cidades romanas, devido a pressão e aos ataques dos germanos no Império Romano; empobrecidos com a crise e temendo os ataques germanos, boa parte da população do Império se mudou das cidades para o campo, em busca de abrigo e trabalho. Com isso as cidades se esvaziaram e a Europa viveu um processo de ruralização.
No campo, os mais pobres passaram a trabalhar para os grandes proprietários rurais na condição de colonos. O colonato era uma relação de trabalho em que o camponês trabalhava em um pedaço de terra do proprietário para retirar o seu sustento e o de sua família. E, em troca, entregava a ele um parte da colheita.

Germanos: onde viviam e quem eram?

Germanos era o nome dado aos habitantes da Germânia. Os germanos estavam divididos em vários povos: godos, saxões, francos, alamanos, suevos, bungúrdios, vândalos, visigodos, ostrogodos, hérulos e outros.

Guerra a razão de ser do germano

Geralmente, o germano se preparava para a guerra desde pequeno. E nisso era ajudado pelo pai. Ao tornar-se um guerreiro, recebia honra e reconhecimento da comunidade. O jovem passa então a integrar um comitatus, isto é, grupo de guerreiros unidos a um chefe militar, a quem deviam servir e honrar. Além da fidelidade ao chefe, os germanos valorizavam também a coragem nos campos de batalha.
Com o aumento da guerras contra os romanos, os chefes dos comitatus foram ganhando riqueza e poder e, alguns deles, tornaram-se reis.

O direito para os germanos

Os germanos não tinham lei escrita. As leis, bem como toda a cultura germânica, eram transmitidas oralmente. O direito germânico era, portanto, consuetudinário, ou seja, se baseava nos costumes, Cada comunidade tinha leis e costumes próprios.

Germanos no Império Romano

Os germanos entraram no Império Romano por meio de migrações e invasões. Muitos entraram como soldados para servir no exército romano; outros como lavradores, para trabalhar nas terras dos romanos e, outros ainda, como comerciantes. Houve também casamentos entre pessoas desses povos. Até o final do século IV, nas fronteiras do Império Romano, germanos e romanos ora entravam em conflito, ora conviviam em paz. A partir do século IV, porém, a violência passou a predominar na relação entre eles: atraídos pelas riquezas romana e fugindo dos ataques dos hunos, os germanos se lançaram sobre o Império Romano conquistando grande parte do seu território.
 Nas terras conquistadas no Império Romano, os germanos estabeleceram vários domínios (também chamados de reinos). Os visigodos dominaram a Hispânia; os vândalos, o norte da África; os ostrogodos, a Península Itálica; os anglos, os saxões e os jutos, A Britânia, e assim por diante.
Os francos, porém, se diferenciaram dos demais povos germanos por constituir um reino próspero e duradouro.

O Reino dos francos

Os francos atravessaram o Rio Reno em direção ao oeste e, por meio de alianças políticas e de guerra, conquistaram a Gália, onde fundaram um reino. A primeira dinastia franca foi a Merovíngia, assim chamada em homenagem a um chefe lendário de nome Meroveu, considerado como o primeiro rei dos francos. Mas foi no reinado de Clóvis (482-511), possivelmente neto de Meroveu, que expansão franca ganhou maior impulso. Este rei estabeleceu a capital do seu reino em Lutécia (cidade que deu origem a Paris), e partiu para a guerra visando a conquista de riquezas que, conforme o costume franco, seriam divididos com seus guerreiros.
Além de fazer uso das armas, Clóvis ampliou seu poder por meio do matrimônio: casou-se com Clotilde, princesa cristã do Reino da Bungurdia, mulher que teve grande influência na sua vida. Casando-se com Clotilde, o rei Clóvis conseguiu diminuir a resistência ao domínio franco. Influenciado por ela e interessado na aliança com a Igreja Católica, Clóvis converteu-se ao cristianismo, em 496. E com o apoio da Igreja continuou expandindo seu reino.
Os sucessores de Clóvis tiveram pouco cuidado com a administração do Reino. Ocuparam-se principalmente com festas e torneios de esgrima; por isso ficaram conhecidos como reis indolentes. Devido ao desinteresse desses reis, o governo de fato passou às mãos de um alto funcionário: o prefeito do palácio ou mordomo do paço. O filho e sucessor de um desses mordomos do paço, Pepino, o Breve, depôs o último rei merovíngio por meio de um golpe e se fez aclamar rei, o primeiro da dinastia carolíngia. O papa o reconheceu como rei e, em troca, pediu que ele defendesse a cristandade dos lombardos, povo que se estabelecera na Itália central e ameaçava assaltar a sede do papado, em Roma. Pepino e seus cavaleiros invadiram a Itália, derrotaram os lombardos e doaram para a Igreja Católica parte das terras conquistadas. Desta doação originou-se o patrimônio de São Pedro, também chamado Estados da Igreja, que permaneceram inalterados por mais de mil anos.

O Império Carolíngio

Carlos Magno foi o principal rei da Dinastia Carolíngia, cujo nome se deve a ele. Como governante, deu continuidade à aliança com a Igreja e à política guerreira dos francos.
Enquanto o imperador estreitava seus laços com a Igreja, seu exército bem organizado e equipado com espadas e armaduras de ferro, colecionava vitórias construindo, assim, um império que abrangia quase todas as terras da Europa Ocidental.
Na noite de Natal do ano 800, Carlos Magno que, na época, já era senhor de um enorme Império, foi coroado imperador na Basílica de São Pedro, em Roma, solidificando sua aliança com a Igreja Católica. Naquela noite, o papa dirigiu ao rei as mesmas palavra usadas na sagração dos imperadores romanos depois de convertidos ao cristianismo. Com isso, o chefe da Igreja e o imperador pretendiam dar unidade à Europa cristã e fazer renascer o Império Romano do Ocidente.

A administração do Império

Para administrar seu imenso império, Carlos Magno dividiu-o em províncias e entregou sua administração a pessoas de sua confiança: duques, marqueses e condes.
Os duques eram os mais próximos do rei e recebiam as maiores porções de terra, os ducados. Os marqueses administravam as marcas, nome dado aos territórios situados nas fronteiras ou em áreas de conflito. Os condes administravam territórios menores. Todos, em seus domínios, podiam cobrar impostos e multas e deviam fazer cumprir as decisões do rei.
Durante a expansão militar que liderou, Carlos Magno adotou um antigo costume germânico de doar terras e privilégios aos nobres que lutavam com ele. Em troca dos bens recebidos, esses nobres se tornavam seus vassalos, isto é, se ligavam a ele por laços de dependência e fidelidade. Essa relação entre nobres recebe o nome de vassalagem. Se, por um lado, isso unia os reis aos nobres que o serviam, por outro, ao receber terras e privilégios, esses nobres ganhavam um grande poder em seus domínios.

O Renascimento Carolíngio

Carlos Magno deu grande importância à educação, as artes e aos conhecimento. Prova disso é que reuniu na sua corte sábios de toda a Europa, entre eles Alcuíno de York, que foi encarregado de preparar a versão oficial da Bíblia. Carlos Magno também fundou numerosas escolas no conventos, nas igrejas e no seu próprio palácio; as primeiras preparavam os jovens os jovens para a carreira religiosa; já a escola do palácio, frequentada apenas pelos filhos dos nobres, preparava-os para assumir a administração do reino.
Esse clima favorável à cultura facilitou também a atuação dos monges copistas, que passavam um tempo enorme trancados nas bibliotecas dos mosteiros copiando os textos grego – romanos que lhes eram ditados em voz alta pelos colegas. Com esse trabalho paciente e meticuloso, os monges permitiram que obras de grande valor chegassem até nós. Todo esse movimento cultural ocorrido na época de Carlos Magno ficou conhecido como Renascimento Carolíngio. 

A divisão do Império de Carlos Magno

Com a morte de Carlos Magno, em 814, o Império Carolíngio começou a enfraquecer. Seu filho e sucessor, Luís, o Piedoso, teve dificuldade para impor sua autoridade.
Com a morte do rei Luís, seus filhos disputaram o trono entre si pelas armas; a guerra durou três anos e terminou com assinatura do Tratado de Verdum, em 843, acordo que dividia o Império em três partes: Carlos, o Calvo, ficava com a parte ocidental; Luis, o Germânico, com a parte oriental; Lotário, com a parte central, que se estende do Mar do Norte até o centro da atual Itália.
Com a divisão do Império Carolíngio ocorreu um enfraquecimento do poder central e o fortalecimento dos nobres em suas respectivas localidades. Além disso, nos séculos IX e X, a Europa foi atacada por povos vindos de diferentes pontos: os muçulmanos a atacaram a partir do sul; os vikings, com seus barcos ágeis e leves, penetraram pelos rios europeus vindos do norte e, os eslavos, irromperam vindos do leste europeu. Nessas invasões ficou evidente que o exército carolíngio não tinha capacidade de conter esses ataques; a defesa de cada localidade da Europa passou, então, aos exércitos da nobreza que, com isso, se fortaleceu.

EXERCÍCIOS

1) Defina os seguintes termos que se relacionam com o processo de formação da Europa Medieval:
a) processo de ruralização
b) colonato
c) comitatus
d) direito consuetudinário
2) Quais formas pelas quais os germanos entraram em contato com os romanos? Explique cada uma delas.
3) Sobre os reino dos francos responda:
a) qual a importância do rei Clovis na dinastia merovíngia?
b) fale sobre o casamento de Clovis e a influência que ele sofreu da esposa.
c) quem eram os prefeitos do palácio e por que surgiu esse cargo no Reino dos Franco?
4) de que forma surgiu a dinastia carolíngia?
5) Explique como Carlos Magno administrava seu império.
6) Defina o seguinte termo: vassalagem
7) Resumidamente (máximo de 3 linhas), defina o que foi o Renascimento Carolíngio.

8) Explique o que foi o Tratado de Verdum, de 843.